31/01/2008



o Deus da palavra
é um Deus silencioso

cavalga páginas em branco
lacera estruturas neuronais
se entranha na trama celulósica do papel
como um vírus sub-atômico

(da asa ao nada, língua à vida
anima a coisa inanimada)

no sal da sua saliva
pulsa aceso o caos de um céu imaginário
onde nasce a flor axial do sentido

o Deus da palavra
leva o poeta carinhosamente pela mão
até a beira do abismo


alexandre brito
do livro O fundo do ar e outros poemas / Ameopoema Editora

www.ameopoema.com.br

5 comentários:

  1. E que o Deus da palavra leve mais e mais poetas como tu, carinhosamente, à beira do abismo.
    Afinal, que seria do espaco da asa ao nada, da língua à vida, se a poesia não animasse a coisa inanimada?

    Adoro isso tudo.
    Ana Lúcia.

    ResponderExcluir
  2. “pulsa aceso o caos de um céu imaginário”
    belo poema..pulsam os sentidos!
    parabéns ao poeta!

    ResponderExcluir
  3. Parabéns Alexandre, apesar de não ser uma poetiza estou admirada com o dom de vcs, obrigada por compartilhar conosco essas sábias palavras.

    ResponderExcluir
  4. Cara, posso te colocar na lista dos meus poetas preferidos?
    Lindo demais!

    ResponderExcluir
  5. Sempre genial Ale! Vivavocê! Ah..teu template é igual ao meu rs, menino de bom gosto!f

    ResponderExcluir