17/01/2008
UMA VELA À NOSSA SENHORA DA BOA MORTE
a liberdade bastarda se infiltra onde
o céu encontra a terra
denuncia intensa atividade literária
essa idéia no papel derramada assim feito gelatina
nem parece uma idéia parece mais um
estorvo feito de cimento e osso
o sol miúdo sem bolor entesourado e mudo
desonera de rapapés e obrigações um aglomerado de
letras na biblioteca universal dos manuscritos
toda tradição se renova pela libertinagem
a boa nova vem pelo esquecimento intencional das regras
um livro que não descenda de nenhum outro é uma indecência
de sorte que o pecado original da invenção
mais que matar o padre e ir ao cinema
é declarar-se órfã pretender-se sem pai sem par
numa semana ensolarada de 22
um bebê de proveta aproveita a tarde à beira mar
no calçadão desenhado por Niemeyer
alexandre brito
do inédito Cine ABC
by
Alexandre Brito
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Alexandre ....vc tem o dom de transportar o leitor ,és de uma sensibilidade fantástica....
ResponderExcluirParabéns
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBem-vindo à galáxia, tá bonito o blogue. Abração
ResponderExcluirMenino, não é de ler de uma vez só, não. O segundo, menor, é maior pra mim. Sempre tenho vontade de agradecer a vocês, artistas, o que nos dão de tão sensível. E agradeço.
ResponderExcluirlibertária travessia
ResponderExcluirnas ondas de cascalhos
que espumam brancos
pedras nos sapatos
machucam feito espinho.
Parabéns amigo.Bem-vindo
ao mundo dos blogs. beijos.
Gostei do seu blog! Bjos
ResponderExcluirJá coloquei no Favoritos, Alexandre.
ResponderExcluirGosto muito das tuas poesias, me aquecem a alma, iluminam os olhos e sempre me trazem o sorriso à face. Parabéns!
Clara
Alexandre, adoro poemas que deixam minha contente... Assim senti os teus. Vou colocar nos meus favoritos. Parabéns.
ResponderExcluirxangô chegou pra nos vingar da ruim poesia, seu blog é paraceiro de xangÔ!
ResponderExcluirAlexandre :
ResponderExcluirLegal o toque surrealista no final, pois niemayer, o beb~e de proveta e a Semana de 22 tem em comum a transgressão da ordem anterior.
Interessante poema.
Abraço.
Ricardo Mainieri