26/02/2009


a rede


mergulhado na tarde esquisita
cometo uma ideia aqui outra ali
entrevejo a mulher que eu adoro
e me divirto


aspiro rapé
alguns decímetros cúbicos de ar
e um poema beat desmesurado


"...a irrealidade é meu chão
e o esquecimento a minha bússola"

há que dispormos das armas necessárias no cinto de mil e uma inutilidades para enfrentar os malfeitores, a burocracia maquiavélica oficial remunerada e os arque-inimigos do Pasquim

mergulhado nessa esquisitice completa
faço anotações pra depois do crepúsculo


o crepúsculo tem músculos, oníricos músculos
e tudo ronrona depois do crepúsculo
basta esticar o dedo e pedir uma carona que ele te leva onde ninguém
só você


cochilo sobre essa ideia
"...depois do crepúsculo tudo ronrona"


desperto hirto

aquela manhã morna virou essa tarde quente

ê modorra pachorrenta... antes uma rede
meu reino por uma rede


a mulher que eu adoro se despe
abre suas asas de delícias sobre nossa cama
quero o que ela quer

o poema pode esperar
.
alexandre brito
do inédito cine ABC

6 comentários:

  1. que tudo ronrone antes e depois do crepúsculo. todos os ronronares que merecemos, brito.

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  3. essa coisa da rede é bem do "tarde em itapuã" do vinicius.

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  4. eita Belooooo poema querido
    amei tudoooooo
    essa parte então
    "o poema pode esperar".
    hummmmmmmmmmmmm
    beijo no coração

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  5. tenho um mau hábito
    pego os poemas que gosto pra mim,preciso da tua absolvição poeta

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