26/02/2009




dezoito horas e quarenta minutos
de uma tarde infernal de verão

assombrada
minha sombra enlouquece

estica-se à deformidade
alcança a fachada das casas distantes
agarra o horizonte

esforço inútil
a penumbra não tarda
a noite engolirá a ambos

seremos uma só escuridão

.
alexandre brito
do inédito Cine ABC

2 comentários:

  1. Simplesmente perfeito este poema.
    Partindo de uma cena de tórrido final de tarde, tu extrais questionamentos existencias, numa viagem pelos interiores do poeta.
    Afinal, a grande escuridão nos espera a todos, sendo que alguns acreditam que, depois, haverá um túnel de luz...

    Abraço.

    Ricardo Mainieri

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  2. verso maduro...

    conseguiste encontrar as palavras e as cores certas para pintar o espaço/tempo...

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