oroboros
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a língua é uma serpente sem pele e sem dentes
morde a si mesma com as gengivas de um velho diabo
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já foi minha vizinha
mas no mês passado mudou para endereço ignorado
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não bate bem do firmamento
tem a cabeça cheia de vocábulos
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a víbora linguística
diz que do pensamento é o substrato
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em nominar o inominado insiste
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e só não é deus não porque não quer
mas porque ele não existe
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alexandre brito
do inédito Cine ABC
do inédito Cine ABC
a víbora linguística devora tudo e as vezes nos deixa até sem palavras...
ResponderExcluirmuito bom o poema!
abraço
Demais o teu poema, Ale!
ResponderExcluirTens um jogo de palavras maravilhoso.
Beijocas!
Aninha
e só não é deus(...) porque ele não existe
ResponderExcluirum fecho perfeito!
poema istigante...
beijo