11/04/2010








poema: AleSandra
Sandra Santos e Alexandre Brito

24/11/2009

Contemporary Brazilian Music - música brasileira conteporânea

o novo Cd dos poETs
14 músicas legais com letras bacanas. 14 músicas entre o pop, o rock e a MPB. 14 músicas pra dançar, umas junto, outras separado. 14 músicas cantadas por 3 vocalistas com timbres complementares, um grave, um médio e um agudo. 14 músicas compostas em parceria por Alexandre Brito, Ricardo Silvestrin e Ronald Augusto. 14 músicas produzidas pela Loopreclame e os poETs, sob a batuta de Marcelo Fornazier. 14 músicas que trazem de volta a banda que fez show no Circo Voador, SESC Pompéia, Manaus, Brasília, Curitiba, Santa Catarina, Rio Grande do Sul. 14 músicas que confirmam o primeiro cd, Música Legal com Letra Bacana, lançado pela YB em 2004. 14 músicas que vão além do cd anterior. 14 músicas amadurecidas show a show. 14 músicas que muitos fãs já conhecem. 14 músicas com uma banda que está em atividade desde 2001. 14 músicas num cd que tem o nome "os poETs" porque toda banda tem que ter um disco só com o nome da banda. 14 músicas. únicas. Ouve aí.


os poETs em novo Cd

A arte da capa aí em cima é assinada por nada mais nada menos que Luis Giudice. A bolacha tem 14 músicas. Foi um processo incrível chegar aos arranjos finais das canções que compõem esse trabalho. Contou com a experiência do Marcelo Fornazier na produção musical, a colaboração luxuosa do Julio Caescaes nas mixagens e o talento do time de músicos da Loop Produtora. O show oficial de lançamento do novo álbum vai rolar dia 28/09, às 20:30hs, no Teatro Renascença. Fique ligado.

baixar as músicas grátis:

ouça e baixe a música "Ilha de cara"







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ouça e baixe a música "Coração acorrentado"







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ouça e baixe a música "2 de fevereiro"







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Cd os poETs - Loopreclame 2009 - R$ 10,00 -

23/11/2009





Poema em Foco
um olhar: poema sobre a foto. foto sobre o poema.
Louis Braille, um rapaz cego de 18 anos, ouviu falar de um sistema de escrita militar baseado em pontos e buracos para leitura de mensagens na ausência da luz. em 1829, depois de adaptações, cria o sistema Braille.
na câmara escura da cegueira a poeta Delfina Benigna da Cunha escrevia versos. em 1834 publicou Poesias, primeiro livro impresso no Rio Grande do Sul.
em 1841 um papel impregnado de iodeto de prata foi exposto à luz numa câmara escura. a imagem revelada resultava inicialmente num negativo, e, posteriormente, em contato com papel sensibilizado, num positivo. surgia a fotografia moderna.
a Exposição "Poema em Foco" reúne poemas de 25 poetas brasileiros que, direta ou indiretamente, abordam o tema "fotografia". os poemas foram escritos/inscritos de próprio punho. sobre estas escrituras caligráficas a poeta e artista plástica Sandra Santos criou um pequeno e despojado ensaio fotográfico. a seguir os poemas foram transcritos para o Braille.
escritura, inscritura, caligrama, photograma, leitura óptica, leitura táctil, releitura, tresleitura.
esta exposição integra-se às comemorações do bicentenário de nascimento de Louis Braille.
poetas convidados (em ordem alfabética):
Alexandre Brito, Alice Ruiz, Cairo Trindade, Cláudia Gonçalves, Dennis Radüns, Fabio Brüggmann, Glauco Mattoso, Gilberto Wallace, Jaime Medeiros Jr, Jiddu Saldanha, Juliana Meira, Liana Marques, Lau Siqueira, Mara Faturi, Mario Pirata, Nicolas Behr, Renato Mattos, Ricardo Portugal, Ricardo Silvestrin, Ronald Augusto, Rosane Morais, Sandra Santos, Sidnei Schneider, Telma Scherer, Tulio H. Pereira.
Apoio:
Biblioteca Pública do Estado/SEDAC



Photografia


parar o tempo
por exemplo
dá que pára
numa véspera de morte
ou
pelo contrário
em algum momento
de sorte

hoje
quem sabe
o tempo volte


Alice Ruiz

Alice Ruiz nasceu em Curitiba, PR. a autora de "Navalha na Liga" já publicou mais de 15 livros, entre poesia, traduções e infantil. prêmio Jabuti de poesia com "Desorientais" em 1997 e "Dois em Um em 2009. a poeta tem mais de 50 músicas gravadas por parceiros e intérpretes, entre eles: Alzira Espíndola, Arnaldo Antunes, Itamar Assunção, Zé Miguel Wiznik e Zeca Baleiro.




Soneto da casa invadida


Bandidos, cada vez mais atrevidos,
estão entrando em casas de família!
O bando mata os donos, rouba, pilha,
saqueia, até em cadáveres caídos!

Agora já não fogem, nem ruídos
evitam que se escutem! A mobília
carregam, ou ali mesmo a quadrilha
partilha jóias, ternos e vestidos!

Num lar de classe média, tomam conta
do próprio imóvel! No criado-mudo
da cama de casal, a extrema afronta:

Está o porta-retrato ali, mas tudo
que a foto mostra, um rosto que amedronta,
é o dele, do assaltante bigodudo!


Glauco Mattoso

Glauco Mattoso é paulistano. um dos mais radicais representantes da ficção erótica e da poesia fescenina em língua portuguesa. celebrizou-se na década de 80 como autor do fanzine anarcopoético Jornal Dobrabil e do romance fetichista Manual do Pedólatra Amador. de 90 pra cá, publicou mais de 20 volumes de poesia entre os quais a antologia Poesia digesta (1974/2004) e Animalesca escolha (AmeopoemA-2004). adepto fervoroso da glosa decimal e do soneto clássico, destaca-se também como lexicógrafo no bilíngüe Dicionarinho de palavrões.
nas fotografias do livro
a grama está sempre
bem cortada
em volta das palmeiras
você nunca saberá
quem sou
mas eu existo e moro
perto de chestermill
no norte da austrália
tenho filhos como você
e também sofro com
a fome e as guerras
no mundo
meu Trabalho é esse:
fazer com que a grama
esteja sempre muito
bem cortada em volta
das palmeiras,
sem aparecer
nas fotografias
Nicolas Behr
Nicolas Behr nasceu em Cuiabá. mora em Brasília desde 1974, de quem se tornou o poeta mais representativo. em 1977 publicou num mimeógrafo Iogurte com farinha. em 1978, após publicar Grande circular, Caroço de goiaba e Chá com porrada, foi preso e processado pelo DOPS por “porte de material pornográfico”. seu último livro, indicado ao Prêmio Jabuti de 2008, foi Laranja Seleta (Ed. Língua Geral).




Que dizer da usura do verso
da verve do velho da virulência do verbo

verso usado verso ousado
todos foram inéditos

como a cor púrpura no retrato


Sandra Santos

Sandra Santos estreou nas letras aos 15 anos de idade, com o livro “Crônicas da Minha Cidade”, edição comemorativa do centenário de São Luiz Gonzaga, sua cidade natal. Tem poemas e contos perdidos em diversas antologias. É artista plástica, flautista e nerd, não necessariamente nesta ordem. É “cria” do “Homem que sabia Javanês”, mas sua escrita é em Java.

22/11/2009





suicídio lento
na mobília da alma
os versos que invento


Lau Siqueira

Lau Siqueira nasceu em Jaguarão-RS e reside na Paraíba. publicou 4 livros de poemas. escreve no blog Poesia Sim, www.poesia-sim-poesia.blogspot.com
Ode de ódio à fotografia
Dez mil mortes às portas da câmara escura
a que tens por caverna, tu
que deusa não és e a mitos
não te prestas, arte das frestas
Dez mil mortes à rua entre as casas
e os pontos de luz,
comedora de signos
Câmara ardente de imagens vistas,
muito menos que sonoras,
não vales sequer uma palavra
Dez mil mortes almejo à câmara tua
Linguagem crua és, ausência pura ou
marca de presenças que se foram já
quando as detiveste,
suspensas no nada de si mesmas
Menos que ideograma: fotograma
Menos que ideografia: fotografia
És foto, não grafas
Tudo o que és:
resto de sonho anterior a uma língua morta
descrita por mestre indiano, pedaço de sphota ou
fantasma de sombras chinesas,
mero instantâneo da idéia
do sopro mediano,
mas distante do Tao
O Tao não é aquilo que és,
quase-pictrograma
sem caráter
Mas te necessito
para o sorriso dela junto ao meu
em frente ao lago os lotus em flor
naquele verão ou qualquer viagem
mesmo à beira da cama
Para a vida pequena que levo
entre rastros de sagrados,
para o casamento com ela,
te necessito
sim, musa fria
Dez mil horas sem sono se engolem
em tua vigília, te necessito
porque és leviana, sonsa
e soas sem som no vazio
E não me levas a alma,
estúpida: clicas-me
e te devoro
Quinquilharia da moda,
és tu ou minha língua
Só uma sobreviva,
ó dejeto de subvidas
Digo: abaixo tua cara
desalmada de jornal,
cova rala do raro
Tua verdade toda
encontra-se atrás de ti,
jaz na janela de trás,
no olho que investiga
e estima teu caminho,
segredo de James Stewart,
mistério de Hitchcock
E te necessito,
néscia: te felicito
Ricardo Portugal
Ricardo Portugal é poeta e diplomata, e acaba de retornar de 5 anos vivendo e trabalhando na China. Formado em Letras pela UFRGS, lançou, entre outros, o livro DePassagens, pela Editora AMEOPOEMA, e foi co-organizador e editor do livro bilingüe “Antologia Poética de Mário Quintana”, lançado na China em parceria pelo Consulado-Geral do Brasil em Xangai e a Editora da PUCRS.




Ver o sol
quando não há sol
nuvens muito brancas


Jiddu Saldanha

Jiddu Saldanha é poeta, artista plástico, agitador cultural, professor de meimica e MESTRE DE CERIMÔNIAS em eventos literários. Foi apresentador do Festival Carioca de Poesia, Simpósio Internacional de Contadores de Histórias, Congresso Brasileiro de Poesia, POETERÊ e em diversos Saraus pelo Brasil como o Projeto Poesia na Quarta Capa, no Rio de Janeiro.




velhas fotos
descubro que te amo
desde pequena


Ricardo Silvestrin

Ricardo Silvestrin nasceu e vive em Porto Alegre. recebeu três vezes o Prêmio Açorianos de Literatura – duas como melhor livro de poesia e uma como melhor livro infantil. é colunista do jornal Zero Hora e apresenta na Ipanema FM o programa Transmissão de Pensamento. integra a banda os poETs. publicou em 2008 pela Record o volume de contos Play e o romance O videogame do Rei em 2009.







apartamento gelado
a pilha de roupas respira
o gato usa cueca no pescoço


Renato de Mattos Motta

Renato de Mattos Motta nasceu em Porto Alegre. artista plástico, publicitário, fotógrafo e poeta. publicou Os cantos da carochinha pela editora PortoPoesia em 2009.

21/11/2009




a colônia de cupins trabalha
em minha mesa de centro sua casa

rente às notícias passadas
passeiam traças

e nas tomadas a muda sintonia
das formigas

enquanto o porta-retrato empoeirado
transmuda ácaros em teu descaro
na antiga fotografia


Juliana Meira

Juliana Meira nasceu na cidade de Carazinho. é poeta e advogada. publicou Poema Dilema pela editora PortoPoesia, em 2009. participa de recitais. reside em Porto Alegre.



Flash


põe tua roupa mais chocante,
eu tento a pose mais linda.

vamos ficar bem juntinhos,
olhos nos olhos, sorrindo.

faz de conta que eu sou teu
e que tu me amas ainda.

me beija, finge que nós
fomos felizes um dia.

nos amemos, pelo menos,
durante este eterno instante
da fotografia.


Cairo Trindade

Cairo de Assis Trindade é gaúcho de copacabana, poeta, performer e editor. autor de poematemagia. recebeu alguns prêmios nacionais de poesia. mantém uma oficina de criação literária.




encontrei figura de outros tempos
ela
com o filho pela mão
entrando no colégio bom conselho
ela
sequer viu que eu passava
o filho se escondendo entre suas pernas
tímido
diante do marco de entrada da escola
pensei acordá-la do presente
e fazê-la fitar
um pouco do passado
que passava –
nada fiz –
senão olhar o que era


Jaime Medeiros Jr.

Jaime Medeiros Jr. nasceu em POA-RS. publicou Na Ante-Sala editado pela Editora Portopoesia e T. das Artes em setembro de 2008. é um dos produtores do Portopoesia.




o espaço
é nosso
reflexo?

ou

somos
o reflexo
do espaço?


Rosane Morais

Rosane Morais é artista plástica. expõe no Brasil e no exterior. faz parte da diretoria da Fundação Chico Lisboa.



Ronald Augusto
nasceu em Rio Grande. poeta, crítico, ensaísta, editor da editora Éblis. é autor de vários volumes de poesia como Vá de valha, Confissões aplicadas, No assoalho duro, entre outros. Integra a banda os poETs. reside em Porto Alegre.




Alexandre Brito
é poeta, músico e editor. publicou Visagens (Arte Pau-Brasil-SP) Zeros, O fundo do ar e outros poemas (Editora AmeopoemA-RS) e o infantil Circo Mágico (Editora Projeto-RS). integra a banda os poETs. é um dos editores da AmeopoemA.




Instantâneos moram na imagem como cardume decetáceos


membranas imediatas do instante
os instantâneos sobre as brânquias
as braçadas entre os nados
e os mergulhos adiados,
de escrita em escrita,
nas correntes da intempérie:
o corpúsculo imenso da realidade
exorbita e se desmembra
na imagem,
quando as águas
são folíolos de luz líquida,
rios de mínimas miragens,
rasantes de fisionomias
nas barbatanas da efemeridade:
“a realidade possui caudas”
“o mundo migra nos cetáceos”
agora: ainda: adiante


Denis Radünns

Denis Radünns nasceu em Blumenau-SC. é poeta, crítico, ensaísta, tradutor e colunista do Diário Catarinense. Coordena a editora Nauemblu. publicou o volume de poemas Exeus (Letras Contemporâneas), Livro de Mercúrio (LetraDágua Editora) e Extraviário (LetraDágua Editora), entre outros.