tese sobre nada
uma caligrafia do imaginário
se reproduz segundo um código cifrado
em que se representam as idéias mediante caracteres simbólicos
metáforas consecutivas consideradas organicamente
nas constelações a que pertencem
sem auxílio de referências outras que não elas mesmas
mas, ao acolher ecos e reverberações sígnicas não mensuráveis
mantém um sentido, nas feições, no gesto
sempre transfigurado
assim uma escritura em ruptura
que avança do familiar ao desconhecimento
é lavrada no livro secreto das dúvidas
e, sem aparente significado especial
desprovida de qualquer relevância imediata
apenas e tão somente
articula substâncias essenciais medulares
exprimindo, por alusão, matéria subliminal
potencialmente transgressiva
pois esta entidade abstrata
esta quase impossibilidade
literalmente incapaz de ser definida
e determinada com certeza e/ou precisão
propaga-se, conceitual e esteticamente
quer por intangível que seja
quer por outro qualquer motivo
para além dos mapas tábuas e notações pré-estabelecidas
onde por exemplo, pedra em relação a ventania
harpia em relação a fósforo
ou ainda estrevania em relação a betoneira
habitam o âmago de uma mesma incógnita
sinto muito pelos cinco sentidos
não sentem o que eu sinto
os dois pés na cabeça de um fermento
encalacrado fora da zona de segurança
quando cada pormenor sem valor é crucial
e percorre o mesmo sol insólito dos hieróglifos
e, diferentemente do que se enuncia
a complexa simplicidade das coisas não requer preâmbulos
afirma-se per si, por abrasão, atrito, ou pelo puro
logológico jogo dos esquivocábulos
em sendo assim
uma poética das arestas é o que resta
protuberância viva no desmesuradamente plano
a parte visível do infinitamente dentro
o quinto lado do triângulo
uma caligrafia do imaginário
se reproduz segundo um código cifrado
em que se representam as idéias mediante caracteres simbólicos
metáforas consecutivas consideradas organicamente
nas constelações a que pertencem
sem auxílio de referências outras que não elas mesmas
mas, ao acolher ecos e reverberações sígnicas não mensuráveis
mantém um sentido, nas feições, no gesto
sempre transfigurado
assim uma escritura em ruptura
que avança do familiar ao desconhecimento
é lavrada no livro secreto das dúvidas
e, sem aparente significado especial
desprovida de qualquer relevância imediata
apenas e tão somente
articula substâncias essenciais medulares
exprimindo, por alusão, matéria subliminal
potencialmente transgressiva
pois esta entidade abstrata
esta quase impossibilidade
literalmente incapaz de ser definida
e determinada com certeza e/ou precisão
propaga-se, conceitual e esteticamente
quer por intangível que seja
quer por outro qualquer motivo
para além dos mapas tábuas e notações pré-estabelecidas
onde por exemplo, pedra em relação a ventania
harpia em relação a fósforo
ou ainda estrevania em relação a betoneira
habitam o âmago de uma mesma incógnita
sinto muito pelos cinco sentidos
não sentem o que eu sinto
os dois pés na cabeça de um fermento
encalacrado fora da zona de segurança
quando cada pormenor sem valor é crucial
e percorre o mesmo sol insólito dos hieróglifos
e, diferentemente do que se enuncia
a complexa simplicidade das coisas não requer preâmbulos
afirma-se per si, por abrasão, atrito, ou pelo puro
logológico jogo dos esquivocábulos
em sendo assim
uma poética das arestas é o que resta
protuberância viva no desmesuradamente plano
a parte visível do infinitamente dentro
o quinto lado do triângulo
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alexandre brito
do inédito Cine ABC.