20/03/2008



o guarujá passa
alguma coisa acontece
minha pressa vira prece
e o guaíba deságua na calçada

se o guarujá passa
me vem à cabeça
a balada do pintor
que pintava de mãos amarradas

a imagem daquele louco
que dizia o verdadeiro quadro
nunca estar pronto

esse é o ponto
a poesia me sabe
quem sabe eu sei?

amor é droga pesada
não é melhor em pasárgada
mas se o guarujá passa
antes fosse amigo do rei

a vida é já
tudo passa
passa o guarujá


alexandre brito
do livro Zeros / Coleção Petit-Poa

19/03/2008

Lewis Carroll

O JAGUADARTE


Era briluz.

As lesmolisas touvas roldavam e reviam nos gramilvos.
Estavam mimsicais as pintalouvas,
E os momirratos davam grilvos.

"Foge do Jaguadarte, o que não morre!
Garra que agarra, bocarra que urra!
Foge da ave Fefel, meu filho, e corre
Do frumioso Babassura!"

Ele arrancou sua espada vorpal
e foi atras do inimigo do Homundo.
Na árvore Tamtam ele afinal
Parou, um dia, sonilundo.

E enquanto estava em sussustada sesta,
Chegou o Jaguadarte, olho de fogo,
Sorrelfiflando atraves da floresta,
E borbulia um riso louco!

Um dois! Um, dois! Sua espada mavorta
Vai-vem, vem-vai, para tras, para diante!
Cabeca fere, corta e, fera morta,
Ei-lo que volta galunfante.

"Pois então tu mataste o Jaguadarte!
Vem aos meus braços, homenino meu!
Oh dia fremular! Bravooh! Bravarte!"
Ele se ria jubileu.

Era briluz.
As lesmolisas touvas roldavam e relviam nos gramilvos.
Estavam mimsicais as pintalouvas,
E os momirratos davam grilvos.

poema de Lewis Carroll
traduzido por Augusto de Campos.